ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 1 de abril de 2013

COM GASPAR AO COLO E RELVAS NA ALGIBEIRA!



Eu nem sei se a casmurrice de que, infelizmente, o Chefe do Governo tem dado provas, vai permitir ou não um refrescamento deste elenco governamental que, a par de coisas inevitáveis de fazer, outras fez que deveriam ter sido evitadas. 
Sobretudo, este Governo não teve a arte de prever e de preparar as finanças, a economia do país e o povo português, para o que seria o “depois da Troika”.
Não entendeu e, por isso, não soube dizer que, depois, muita coisa seria diferente. Em vez da ideia simplória de empobrecimento, deveria o Governo ter tido a coragem e a sabedoria para dizer ser um inevitável ajustamento à nossa realidade o que teríamos de fazer. Depois, dependeria de nós melhorar.
O regresso ao passado impossível que todos esperam, é o segundo equívoco em que a Europa, ajudada pela Oposição, nos nos faz cair, depois de nos ter levado a destruir a nossa economia tradicional que, agora, haveremos de retomar para sobreviver.
É certo que quem se endivida excessivamente não pode evitar as consequências, sempre graves, das dívidas que acumulou, nem será de um momento para o outro que resolverá a difícil situação em que se deixou cair.
Mesmo assim, há limites para os sacrifícios a fazer, porque nem só ao gastador as culpas podem caber. A ganância e a agiotagem dos prestamistas são, eles também, causas do endividamento em que se deixou cair, atraído pelas ilusões que lhe criaram. Tudo para além das manias das grandezas de alguns...
Não se pode deixar de ter em conta tal realidade e, por ela, defender, oportuna e justamente, os interesses do país, pelo menos impondo mais fáceis e humanas condições para sair da situação em que se encontra. De outro modo, a situação não melhorará e, até, se tornará impossível de resolver um problema matematicamente irresolúvel.
O Governo, ao contrário do que eu esperaria, confundiu-se na encruzilhada a que chegou e seguiu pelo caminho errado.
Só tarde demais fez frente à insensível, impreparada e hipócrita Troika, para alcançar as condições que evitassem esta situação que bem poderá ser o limiar de uma grande e complicada confusão.
Da Oposição, não teve o Governo mais do que o confronto egoista que a disputa do poder sempre gera.
Da Europa, que a Alemanha comanda, nada mais teve do que exigências de austeridade porque é esse o interesse das finanças de um país também ele prestes a cair nas malhas das difivuldades financeiras.
Do FMI, decerto nada mais virá do que as palavras por vezes sensatas de Christine Lagarde que não encontram eco em lado algum.
O que poderá Portugal fazer nesta Europa que o esmaga? Por qual caminho poderá Portugal seguir? Talvez por aquele que não soube construir a tempo e horas. Mas será a hora de o repensar, porque continuar o Governo, mesmo remodelado, com Gaspar ao colo e Relvas na algibeira, será como que mudar o cabo a uma faca romba, esperando que passe a cortar melhor!

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