Parece que estamos num
jogo de futebol em que a nossa equipa está a perder. E chamamos gatuno ao
árbitro!
Mas não é assim que se
ganham jogos. Aliás, não é assim que se ganha seja o que for, tal como não
adianta partir a bica quando a nascente seca.
Não estou imune aos
efeitos da “crise” e da austeridade e, por isso, compreendo as queixas de quem,
por ela, sente maiores dificuldades dia a dia. Mas sei que de nada me adianta
chamar gatuno seja a quem for porque faço parte de um país que, estupidamente,
se endividou como se nunca tivesse de pagar o que gastou.
Paguei impostos, não
comprei mais do que podia pagar e nem fiz férias de luxo em Punta Cana, no
Brasil ou em outros lugares que os portugueses passaram a preferir à sua bonita
terra, onde me espantava que as passasse quem tinha rendimentos inferiores aos
meus. Mas passavam, sem que eu entendesse o “milagre” que o permitia. Mas não
havia milagre algum…
Passou a ser muito mais
cómoda e barata a viagem até à minha terra, por auto-estradas e outras vias
excelentes que me faziam pensar como eram penosas aquelas viagens que, em
tempos idos, fazia em mais de cinco horas. Mas pago agora, com juros, o que
antes deixei de pagar. Também aqui ninguém fez milagres.
Enfim, os milagres não
o eram e o país de tanga mais de tanga ficou.
E como sempre acontece
nestas ocasiões, aparecem os vendedores da banha de cobra que sempre têm a arte
de enganar os crédulos que se não dão conta de que apenas estão a cair no conto
do vigário. Depois, de que adianta reclamar e chamar gatuno aqueles a quem
devemos demasiado dinheiro?
Não advogo a aceitação
simples das condições que nos são impostas, mas não será com vinagre que se
apanham moscas…
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