ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 18 de julho de 2013

A CASA DAS PALAVRAS OCAS


Depois de umas horas ao longo das quais nada foi dito que não tenha já sido ouvido, onde se terçaram argumentos em contendas monotonamente repetidas, onde a imaginação não raramente ultrapassou a razão e a fantasia se sobrepôs à realidade, onde mais uma vez se demonstrou que o desejo de salvar Portugal não é a preocupação mais presente, muita gente e muitos meios foram mobilizados e serão pagos, meios que custam demasiado dinheiro a contribuintes já sobrecarregados pelas exigências de uma dívida de que as alternativas à política de controlo orçamental necessária, mas posta em causa por uma moção de censura, são a verdadeira origem.
E tudo isto para se chegar a uma conclusão que todos já sabíamos qual seria, naquele parlamento onde acções de mero exibicionismo pessoal ou partidário e de palavreado truculento e oportunista, sem cuidados de rigor e, muitas vezes, sem bases de conhecimento que as sustentem, foram o único contributo para a superação de uma emergência nacional que se fará com acções, com dedicação à causa da pátria e não com as fantasias a que duzentos e cinquenta deputados e mais uns quantos ministros e secretários de Estado se entregaram sem resolver coisa nenhuma!
Mais uma vez nos podemos dar conta de não termos, em Portugal e como seria necessário que tivéssemos, uma oposição que enfrente o Governo para o obrigar a ser melhor em vez de o pressionar para se demitir e deitar tudo a perder para começar de novo, como é próprio das ambições, dos oportunismos e de interesses instalados
E quando acontece um repto para uma outra discussão objectiva sobre os problemas do país, num outro lugar na AR e em seguida à votação no parlamento, com a presença da ministra das finanças para avaliação da verdadeira situação financeira do país, não dou conta da anuência que a oposição deveria demonstrar, pois esclarecer é, sempre, o que deve anteceder o acto de resolver.
A demagogia, nisto venceu. Mas na votação que se seguiu, após um discurso longo e enfadonho de um representante do PEV que reproduziu , na íntegra, uma bem conhecida cassete, a moção teve o destino que se previa.
Então, para que serviu esta orgia de tempo perdido, depois da qual cada um ficou na sua, o Governo não caiu nem ficou mais forte e só Portugal fica pior?

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