Que adianta reclamar por ter nascido nesta terra onde se passam coisas assim? Podia ter nascido no Bangladesh onde, por certo, teria uma elevadíssima probabilidade de viver bem pior.
Mas quando oiço os
argumentos dos que clamam por eleições antecipadas numa atitude de mudar por
mudar e sem atender ao que são as causas dos tormentos que sofremos e do que, por esse mundo, se passa à nossa volta, quando
oiço os slogans sonantes mas estafados em que PCP e BE são artistas, quando me
apercebo das alternativas que o PS diz ter para sair da crise, quase que
prefiro, mesmo, o Bangladesh!
Enquanto o irrealismo da extrema-esquerda
se requenta em argumentos já impossíveis de ouvir, Seguro mostra ter alma de
Houdini e julga que sair da crise é assim a modos como que escapar de um tanque
cheio de água onde se está amarrado por correntes. É óbvio que não sair é o
mais provável.
Num país sem alternativas
e que perdeu as suas melhores características ao longo dos últimos tempos,
serão de estranhar estas movimentações loucas que mostram ao mundo toda a
incapacidade de nos governarmos? É a estupidez em desfile, a ignorância da
realidade, o nervosismo dos que mal podem esperar pela sua vez de mandar e, por que não, o oportunismo dos que desejam mais poder…
Têm-se refinado os dotes
de certos artistas políticos que, mais do que nunca, se desdobram nos esforços de mostrar que é o que gostariam que fosse. E não é que há quem acredite nisso? É olhar em volta e vê-los aos montes clamando por tudo o que não podem ter.
Mais uma vez me fica a
certeza de que os resultados de revoluções sempre são arriscados, dependendo
muito de quem se deixa tomar conta das coisas. Por isso, sempre fui um reformista.
Desde “Abril” que Passámos
por diversas fases. A dos enganadores, a dos enganados, a dos bem intencionados, a dos
convencidos, a dos oportunistas, a dos incompetentes… sei lá! E, agora, para
qual passaremos?
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