A
bancarrota da cidade de Detroit, outrora um potentado da indústria
automóvel norte-americana, hoje noticiado na comunicação social,
não foi uma grande surpresa para mim. Há dias tinha visto uma
reportagem sobre esta cidade que, depois de um auge de
desenvolvimento e de riqueza invejável, perdeu quase dois terços da
sua população e se tornou um paraíso de drogados.
Não
é caso único nos Estados Unidos este município falido que, por
isso, tem de pedir a ajuda para solver as dívidas que acumulou. E
não será o último num país que, apesar dos seus enormes recursos,
sente cada vez mais as dificuldades próprias deste tipo de
“economia” que criámos e julgávamos muito forte, mas abre
brechas por todos os lados!
É
mais um caso no meio de muitos em todo o mundo onde, dizia-se, o
crescimento económico iria diminuindo as carências dos milhares de
milhões que ainda as sente. Mas, em vez disso, mais parece que o
processo se desmorona sem atingir os objectivos, antes fazendo
crescer o número dos que caem na falência e precisam de ser
ajudados.
O
que se passa no mundo, seja na Europa em crise crescente, nos Estados
Unidos ou nas tão badaladas economias emergentes, só poderá ser o
prenúncio da falência de uma civilização de “pilhagem de
recursos”, a consequência para a qual cada vez mais gente
esclarecida alerta, mas dos quais os gurus da economia se recusam a
escutar escutar as razões.
Continuam
confinados a uma “realidade” irreal para além da qual se não
dão conta do que acontece. Por isso o seu discurso é tão vazio de
ideias, têm pressupostos tão limitados para as soluções que
engendram e, assim, as que preconizam são, invariavelmente, falidas.
É a única leitura possível desta “crise” sem fim e sem
melhoras em que o mundo caiu.
Conhecem
o mundo através do dinheiro que, com cada vez menos correspondência
em valores e recursos reais, vai tornando a política num enorme
“jogo de monopólio” à volta do qual se amontoam tantos que o
querem jogar, mas sempre esperam que alguém lhes faça o almoço do
qual, mais cedo ou mais tarde, sentirão necessidade para sobreviver.
É
esse almoço que, cada vez mais, está em causa porque se esqueceram
de plantar as couves nas hortas, semear o trigo nas searas ou pescar
o peixe no mar, enquanto jogam nas "bolsas".
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