ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 26 de julho de 2013

A PRIVATIZAÇÃO DOS CTT E OUTRAS COISAS

Não me parece que faça sentido a privatização dos CTT como a Troika deseja e nunca ninguém me explicou bem o porque desta imposição que o Governo nem sequer discutiu. Digo eu.
Não é por se tratar de uma empresa pública que, ao contrário da maioria, até dá lucro, mas porque se trata de um serviço de proximidade muito especial para o qual, para muita gente e desde sempre, a net ou os serviços bancários em muitos locais inexistentes, não são, ainda, alternativas.
Portugal é um país com muita gente idosa, dispersa por muitas pequenas aldeias que ainda vão preenchendo vastas zonas do território, para a qual os CTT são o modo de contactar e de receber muita coisa. Ali, o carteiro ainda é aquele amigo especial que trás as notícias, a reforma dos idosos e leva as cartas com as quais se dão notícias aos que emigraram para longe.
Também pode ser aquele local onde há o telefone que não temos, onde podemos fazer alguns pagamentos e outras coisas simples que, de outro modo se tornariam complicadas.
Apenas ouvi uma explicação na defesa da privatização, a de um economista a quem a privatização parece bem porque a empresa necessita de investimentos que o Governo não tem condições para fazer!
É esta visão das coisas, longe das razões sociais em que deveriam basear-se as atitudes deste tipo, que me faz pensar como cada vez mais a governação se pode distanciar dos objectivos de bem comum que a deveriam nortear.
Não me parece que a exploração por privados, cuja perspectiva de lucro sem especiais cuidados sociais é natural, apesar de todos os condicionamentos que sejam impostos, seja a que mais se coaduna com este tipo de serviço que, pelo menos por enquanto, deveria continuar a ser da responsabilidade do Estado.
A vida, o modo de viver terá de sofrer alterações bastante profundas dentro de não muito tempo, o que obrigará a repensar o modo de satisfação de muitas das necessidades básicas em serviços públicos.
Esta imposição da Troika não é, de todo, uma imposição que a situação de Portugal imponha, nem indispensável ao ajustamento financeiro que estas medidas tenham em vista. Não passa de uma imposição para sermos como outros que não são como nós!
Eu entendo que para resolver problemas como os dos transportes, dos CTT e outros de serviços de proximidade, haverá outros modos de fazer, porventura bem melhores do que aqueles que a insensível Troika propõe.
Além de muitas outras coisas, é necessário reorganizar o território e, com isso, todo este tipo de serviços que as populações mais dispersas não podem dispensar.

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