ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 24 de julho de 2013

COMO NOS JOGOS DE TIRO AO BONECO...


Durante as abluções matinais que a minha condição de idoso retirado da actividade profissional (ao fim de 50 anos) me consente fazer mais longas, lá vou escutando aqueles programas abertos ao público, desta vez sobre a confiança que pode merecer este Governo remodelado que hoje tomará posse.
Tratando-se de uma questão política sobre a qual publicamente já se manifestaram as figuras mais conhecidas dos partidos que discordam da decisão do Presidente da república, foi interessante reparar como certo tipo de discurso vai fazendo o seu caminho ou, utilizando uma expressão agora muito em voga, se tornou viral! Pude reconhecer, nas vozes de alguns, quase o mesmo tom da voz de quem o inspira na manifestação de um desacordo que tem por razão mais forte o que os inspiradores disseram, sem qualquer outra que se possa aceitar ou contestar porque tem como mais forte argumento o “porque sim”.
A quase repetição integral do que disseram os mentores acontece com bastante frequência, plágios mal amanhados, chavões repetidos e afirmações que, em alguns casos, quase roçam o insulto pelos juízos que fazem, são o que mais se escuta em tais programas. Apenas um ou outro tem o arrojo de desejar que o Governo remodelado seja bem sucedido, consiga fazer bem melhor do que antes fez e consiga benefícios para Portugal, para o bem de todos nós!
Poucas dúvidas me restam sobre uma possível “escala” de serviço de certos participantes neste programas, o que a militância dos que escutam mais os seus chefes do que o bom senso que ainda tenham, não torna difícil de fazer. É deste modo que estes programas se tornam em campanhas eleitorais intercalares, em rondas de mal dizer sem intenção de esclarecer, porque têm com único propósito convencer pela insistência.
Raramente ali se escuta alguma coisa que valha a pena ouvir, um argumento ou uma proposta que valha a pena considerar. Mas acontece uma vez por outra, da parte dos que ainda não perderam o bom hábito de pensar e reconhecem as dificuldades de um momento em que as soluções não são fáceis de aceitar. Estes são a prova de que, sem os preconceitos que uma falsa democracia lhe inculca, do povo português poderiam emanar melhores governos com melhores soluções para uma vida melhor.
Assim, continuam a ser governos que uns apoiam e outros querem derrubar, como naqueles jogos de tiro ao boneco!

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