Se entendo o pedido de demissão
do ministro das finanças como a atitude de alguém que, farto de remar contra a
maré, simplesmente desiste, já a atitude de Portas é, como é próprio do que ele
sempre mostrou ser, mais rebuscada.
Gaspar deveria saber que a
sua Secretário de estado seria o ministro das finanças que se seguiria, mas
Portas não podia saber, digo eu, se Passos Coelho lutaria ou não por um governo
que, de repente, se viu sem os seus dois ministros de Estado! Portas jogou no
pleno, no tudo ou nada e, afinal, parece que ganhou!
Ora, Portugal não deveria
ser como uma mesa de jogo onde, frequentemente, muitos se arruínam. Por isso, a
atitude de Portas foi uma jogada arriscada se, porventura foi uma jogada e não
uma leviandade de menino amuado a quem foi preciso puxar as orelhas para voltar ao jogo.
Mas não me aprece que seja
isto que mais interessa saber, porque interessante é o que vai resultar das
mudanças que vão acontecer. De resto, escritores de folhetins vai haver por aí aos montes, assim como declamadores, uns mais serenos e outros mais excitados como a nervosa Constança que faz tremer os ecrãs da TVI.
Diz-se que Portas
continuará como Vice-Primeiro-Ministro e coordenador da área económica. Mas
nada se diz do que ficará para Passos Coelho para além do título de
Primeiro-Ministro. Porventura NADA!
Se as coisas se passarem
desta maneira, o Governo muda mesmo. Disso não tenho dúvidas e talvez, aos
tropeções, se possa aguentar uns meses mais porque o PSD, o velho PSD nunca
aceitará um Passos que não conseguiu conquistar o Partido porque se não soube
impor aos "donos da Lapa", porque não deu mostras de ser o líder de que um partido à deriva e cheio
de baronetes ambiciosos necessitava.
Esperemos pelos próximos
capítulos desta novela em que, ao estilo das telenovelas brasileiras que
importámos, várias histórias se desenrolam simultaneamente e são escritas sem
ter um final predeterminado. As coisas vão acontecendo e… logo se verá como será o fim.
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