Parece-me que estas
reuniões de “salvação nacional” deveriam merecer cuidados que protegessem os
negociadores dos ruídos e das pressões externas a que estão sujeitos, assim
como acontece com as reuniões de “jurados” a quem cabe apreciar factos e razões
sobre os quais devem decidir em consciência. Assim sendo, melhor seria isolarem-se
e, por isso, desligar os telemóveis com os quais mandam aqueles sms que (des)informam
os jornalistas acerca do que se vai ou não vai passando, conforme os
interesses, alimentando especulações que elevam o ruído e as pressões que têm
por objectivo evitar o alcance do acordo que o Presidente da República pretende.
É inesquecível aquele
momento em que uma jornalista de uma certa TV, no momento em que fazia
reportagem, recebeu uma mensagem do interior da reunião informando que o
governo continua intransigente no corte de 4.500 milhões, o que deve ser
entendido como uma dificuldade para o PS aceitar qualquer acordo.
De facto, a intransigência
não é uma postura negocial sendo disso, até, o contrário. Mas há factos contra
os quais não há argumentos que vençam, como é o da necessidade de gastar menos
quando o objectivo e estabilizar a dívida que se acumulou e não pára de crescer.
Poderá ser discutido um valor, mas não se pode por em causa o princípio para o
qual se não conhece alternativa.
Não sei se vai haver
acordo ou não, nem, havendo-o, a que acordo se chegará neste momento tão
decisivo em que o país necessita de decisões e não de “trocadilhos” para
empatar nem de paliativos que adormeçam a sua noção sobre os perigos que corre.
Ouvi alguém falar de um acordo de “banda larga”, assim como que algo dentro ddo
qual possa caber uma qualquer decisão e a sua contrária também. É, afinal, a
perplexidade que mantém unido um partido com um pé na Terra e outo na Lua.
Por isso Soares afirma que
a assinatura de um acordo provocará uma cisão no PS. A tal clarificação que o
BE pretende na votação da moção de censura que vai ser discutida e votada na Assembleia da República.
Mas eu pergunto o que de
melhor poderia acontecer a um partido que tem em si divergências insanáveis?
Finalmente, concordo com Soares!
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