Afinal, se espremermos bem tudo quanto na comunicação social podemos ler, ver e ouvir sobre o momento político nacional, apenas fica aquele líquido incolor, inodoro e insípido que, não tendo o valor inestimável da água, não serve, mesmo, para nada! A não ser para mostrar que não se consegue ir além da visão mesquinha desta política cujo objectivo não passa da conquista ou da manutenção do poder.
Não vejo ir além disso,
não oiço falar do futuro possível a não ser no que às finanças diga respeito,
nada vejo fazer para evitar a continuação dos disparates que esta economia de
sorvedouro comete sem parar.
Para que servirão os avisos
de quem, baseado no seu profundo conhecimento das coisas, diz que, depois de
tanto esbanjamento de recursos em “bens” supérfluos, é hora da contenção que
nos permita dispor do que necessitamos por mais tempo?
Onde estará o tino dos que
ainda esperam voltar aos tempos áureos em que gastar mais e mais era o
modo de fazer crescer a economia e, por isso, o propósito a que os “vendedores de ilusões” nos convidavam?
Como se não vê, ainda, que
há limites a respeitar, circunstâncias a aceitar e cuidados a ter para sairmos
do atoleiro em que nos metemos?
Quando aprenderemos a
planear a longo prazo, coisa que a alternância democrática não consente porque
para isso não tem interesse, como o esperado e inevitável falhanço no “acordo
de salvação nacional” claramente demonstrou?
A cada dia que passa mais
próximos ficaremos da demonstração inequívoca de que, pelo planeamento a longo
prazo que não fizemos, a natureza nos obrigará à contenção que não desejamos.
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