Numa declaração em que mais não fez do que relembrar o programa do seu partido e outras intenções mais tardias cuja prática está totalmente dependente dos nossos credores, Seguro não conseguiu evitar transmitir a ideia de que foi o PS a romper as negociações.
Insistindo em domínios impossíveis de negociar a nível
nacional e em medidas que a actual situação do país não permite, ainda, por em
prática, o PS fez abortar um acordo que, de qualquer modo, nunca seria fácil
num confronto entre a realidade e a utopia irrealizável numa realidade que
muito se modificou.
Em suma, o PS fez do “acordo” um pretexto de propaganda política
e Seguro, infelizmente, não teve coragem de ir contra os “donos” espirituais do
PS que, pese todo o mérito que tenham conseguido no passado, não são hoje os
mais esclarecidos políticos numa realidade que há muito ultrapassou a sua
percepção.
Não é este o momento de virar as costas ao que se passa em
Portugal, na União Europeia a que pertencemos e no mundo onde os políticos
continuam iludidos quanto a uma realidade que insistem a não querer ver e onde,
apesar de todos os esforços, a crise não dá sinais de melhorar. Antes pelo
contrário.
Infelizmente, figuras cujas palavras ainda têm peso numa
opinião pública muito confundida e, sobretudo, muito influenciada pelas
dificuldades que vive, acabam por criar dificuldades ao país onde todos os
esforços se deveriam unir, deixando para trás interesses partidários para
cuidar dos superiores interesses nacionais.
A Cavaco Silva, a quem esta possibilidade de não acordo
deveria ter pesado mais na decisão que tomou, não restará, talvez, outra
atitude do que apoiar o actual governo, aceitando as alterações que o
Primeiro-Ministro lhe propuser. Depois, dependerá de Passos Coelho e de Paulo Portas o futuro da coligação e o sucesso de processo de convergência de que Portugal tanto necessita.
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