Impressionou-me, a quem
poderá não ter impressionado, o discurso daquela jovem de 16 anos, de seu nome
Malala, que discursou na ONU depois de recuperada de um ataque de talibans que
a alvejaram na cabeça quando, com outras jovens, apenas reclamava o direito à
educação que são negados às mulheres.
Uma criança, um professor,
um livro e uma caneta podem mudar o mundo, disse ela que, no final, foi aplaudida
em pé pelos que a escutaram.
Foi um momento empolgante
e dir-se-ia que bastante para uma determinação qualquer que lutasse contra o
que, no mundo, é contrário aos mais básicos direitos dos povos, entre os quais
o direito à educação.
Mas, neste mundo onde, nem
sequer, o direito à vida é respeitado, onde são permitidas as barbaridades que
se praticam na Síria onde a ONU já deveria ter tomado uma posição de defesa de
todo um povo que sofre horrores, a ONU serve para falar, para ouvir mas não
para tomar as atitudes que as realidades mostram que seria seu dever tomar. Há,
sempre, um este ou aquele que VETA o que parece óbvio que deveria ser feito,
sempre por razões que não passam de interesses materiais disfarçados de outras
razões quaisquer.
Não posso estar mais de
acordo com aquela jovem Malala porque, como ela, eu sei que a educação é
fundamental nesta altura da vida do mundo, quando entender a realidade é
indispensável para que se saiba decidir o que fazer para viver o melhor futuro
possível, para que, com verdadeiro saber, aceitar as mudanças inevitáveis se quisermos continuar a viver.
Por mais que se
multipliquem os paladinos da Educação e do respeito pelo Ambiente, por maiores
que sejam as evidências dos sérios perigos que corremos, continuam a dominar os
interesses que os maiores interesseiros conseguem fazer crer aos explorados que
são seus e, assim, os levam a lutar por uma causa que, a cada dia que
passa, mais os perde.
Continuaremos a escutar,
na ONU ou seja onde for, discursos cheios de razão sempre muito aplaudidos, mas
que serão esquecidos na primeira reunião onde os interesses dos governos dos países, não os dos seus povos, tiverem de ser defendidos.
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