ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 20 de julho de 2013

OS TEMPOS DO PRESIDENTE


Eu sei que pode parecer ridículo que, alguém que sabe que vai sofrer os “cortes” a que o equilíbrio financeiro obriga, defenda serem indispensáveis e tenha por certo que a proposta do PS para que não sejam feitos não passa de uma fantasia “eleitoralesca” de quem sabe ser impossível evitá-los. São muito simples as contas que nos dão essa certeza, não o serão tanto as razões que nos garantam que sejam feitos do modo mais justo.
Porque sei que quanto mais tarde fizermos o que a situação impõe que se faça, tanto mais me cortarão até me deixarem sem nada, prefiro não alinhar em delírios. Não me conforta o alívio que sinta entre as cacetadas que me dão.
Sei quanto vamos sofrer e não imagino quem poderá evitar os erros ou as iniquidades que se façam neste processo, porque nem pelo Tribunal Constitucional me sinto protegido desde que considerou justa a enormidade de pedir aos reformados “um pouco mais” do que aos outros, no esforço para o equilíbrio das contas públicas.
Apenas desejo ver passado este pesadelo que me afecta mas que muito mais poderá afectar os que cá deixarei quando partir, aos ombros de quem políticos irresponsáveis já colocaram uma carga enorme de responsabilidades que não sei se conseguirão suportar.
O tempo não está para situações como esta que o Presidente da República criou com uma decisão cuja racionalidade ainda não consegui entender. Os prejuízos decorrentes de uma proposta de acordo cujo desfecho a declaração de Seguro antecipou (“o diálogo não mudará as decisões do PS”), estão a ser demasiados e, por isso, por mais que o governo que temos me não agrade pela qualidade da sua actuação, não vejo, no quadro político disponível, alternativa que me pareça melhor.
Apesar de Seguro se apressar a dar por encerradas as negociações para o acordo que, como se esperava, não aconteceu e de Cavaco Silva já ter ouvido o que tinham para lhe dizer os partidos do acordo falhado, ainda teremos de esperar por amanhã para saber o que o Presidente decidirá depois desta trapalhada a que deu azo.
São os tempos do Presidente!
Entretanto, vamos ouvindo as “novidades” dos comentadores e analistas políticos que, repetindo à saciedade o que já lhes ouvimos mil vezes, lá vão mudando umas vírgulas ou acrescentado uns advérbios nos discursos que vão debitando…

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