Eu sei que pode parecer
ridículo que, alguém que sabe que vai sofrer os “cortes” a que o equilíbrio
financeiro obriga, defenda serem indispensáveis e tenha por certo que a
proposta do PS para que não sejam feitos não passa de uma fantasia “eleitoralesca”
de quem sabe ser impossível evitá-los. São muito simples as contas que nos dão
essa certeza, não o serão tanto as razões que nos garantam que sejam feitos do
modo mais justo.
Porque sei que quanto mais
tarde fizermos o que a situação impõe que se faça, tanto mais me cortarão até
me deixarem sem nada, prefiro não alinhar em delírios. Não me conforta o alívio
que sinta entre as cacetadas que me dão.
Sei quanto vamos sofrer e
não imagino quem poderá evitar os erros ou as iniquidades que se façam neste
processo, porque nem pelo Tribunal Constitucional me sinto protegido desde que considerou justa a enormidade de pedir aos reformados “um pouco
mais” do que aos outros, no esforço para o equilíbrio das contas públicas.
Apenas desejo ver passado
este pesadelo que me afecta mas que muito mais poderá afectar os que cá
deixarei quando partir, aos ombros de quem políticos irresponsáveis já colocaram
uma carga enorme de responsabilidades que não sei se conseguirão suportar.
O tempo não está para situações
como esta que o Presidente da República criou com uma decisão cuja
racionalidade ainda não consegui entender. Os prejuízos decorrentes de uma proposta
de acordo cujo desfecho a declaração de Seguro antecipou (“o diálogo não mudará
as decisões do PS”), estão a ser demasiados e, por isso, por mais que o governo
que temos me não agrade pela qualidade da sua actuação, não vejo, no quadro
político disponível, alternativa que me pareça melhor.
Apesar de Seguro se
apressar a dar por encerradas as negociações para o acordo que, como se
esperava, não aconteceu e de Cavaco Silva já ter ouvido o que tinham para lhe
dizer os partidos do acordo falhado, ainda teremos de esperar por amanhã para saber
o que o Presidente decidirá depois desta trapalhada a que deu azo.
São os tempos do
Presidente!
Entretanto, vamos ouvindo as “novidades” dos comentadores e analistas políticos que, repetindo à saciedade o que já lhes ouvimos mil vezes, lá vão mudando umas vírgulas ou acrescentado uns advérbios nos discursos
que vão debitando…
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