Um artigo de Daniel
Oliveira despertou-me a curiosidade porque falava de Democracia e de Eleições.
Ainda que com pensamentos
muito distantes em certos assuntos em que a argumentação supera o saber, este
comentador merece sempre a minha atenção. É perspicaz e apenas lhe falta um
pouco de conhecimento científico para que o que escrevesse porventura me
deixasse entusiasmado.
Desta vez a questão é o
exercício da democracia, escrevendo ele, a propósito do bom acolhimentos que
tiveram Cavaco Silva e Passos Coelho na cerimónia da primeira Missa do novo
Cardeal de Lisboa que “…A coisa
manteve-se, como se deve manter, entre pessoas civilizadas. Porque, já se sabe,
eleições obrigam a eleitoralismo, o eleitoralismo leva ao populismo e o
populismo leva a escolhas erradas. Ou seja, as eleições são, em qualquer
democracia decente, um problema a evitar. Fazem-se, quanto muito, na data
marcada para manter as aparências.”
A ironia de Daniel
Oliveira, coisa que ele faz muito bem, não tem em conta outras realidades que
não sejam os princípios democráticos tal como os conhecemos, quero dizer,
aqueles em que a maioria faz a razão!
Mas o tempo passou e a
realidade mudou, de tal modo que nos deixou sem folgas para corrigir os
disparates a que os erros do populismo normalmente dão lugar. Era como antigamente
se fazia e, se não batia certo, a lei da alternância deixava outros tentar e,
porventura, a falhar tanto como os que os antecederam falharam. É isto que vem
acontecendo há muito tempo, numa sucessão de disparates que nos conduziu à
situação que vivemos. Uma sucessão de erros que permite afirmar que a classe
política não aprende nada com eles.
Talvez tenhamos a classe
política errada, porque é com os erros que, diz a experiência, mais se aprende.
Não sou um entusiasta
deste governo nem das políticas que gostaria de seguir. Digo gostaria porque as
que segue lhe são impostas por quem nos permite ter finanças para o dia a dia,
senão…
Foi um governo que me desiludiu quando se excedeu numas medidas e de outras se esqueceu, causando este imbróglio em que caiu!
Foi um governo que me desiludiu quando se excedeu numas medidas e de outras se esqueceu, causando este imbróglio em que caiu!
Mas o ajustamento que faz
e a reestruturação do Estado que terá de fazer, são condições indispensáveis ao
refazer de um tipo de vida compatível com as possibilidades e não com as nossas
fantasias. Infelizmente, o abaixamento do nível de vida a que as circunstâncias
nos obrigam, sem que, necessariamente, tenhamos de desistir da qualidade de
vida, é consequência de razões naturais a que nenhuma razão da maioria se pode
opor.
E como as alternativas
seriam fazer exactamente o mesmo ou pior (PS) ou lançar o país numa aventura
populista desastrosa (PCP e BE), eu acho que melhor será não fazer demasiadas ondas e,
quem sabe, aprender um pouco que seja sobre o futuro ao nosso alcance.
Quando se trata de coisas
tão sérias como o futuro, o populismo nunca me convence porque nos deixa longe
da razão. O conhecimento não é populista e é de conhecimento que necessitamos
para evitar o futuro perigoso a que este caminho nos conduz!
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