ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 2 de julho de 2013

A PROPÓSITO DA DEMISSÃO DE GASPAR



Poderá haver quem julgue que os problemas se resolvem mudando as pessoas que lidam com eles. E até se resolvem, por vezes, se quem vier depois souber melhor como o fazer. Ou não se resolvem, com certeza, se quem tiver de os cuidar não conhecer a sua verdadeira natureza, condição necessária para poder encontrar a solução. De facto, quem pode curar um mal que nem conhece?
O mesmo se pode dizer quando se pensa que melhor os problemas se poderiam resolver se, em vez de um ministro apenas se mudasse de governo! E as mesmas considerações podem ser feitas, porventura até mais simples se, tal como o actual governo, os “candidatos” a constituir o novo também não conseguem identificar as razões da “crise” que se vive. Decerto por isso nem sequer conseguem apresentar alternativas que valham a pena considerar. E o resultado não poderia ser outro que não aquele a que, na gíria, se diz ser passar de “cavalo” a burro”.
Os problemas que afectam Portugal, os quais os políticos cá do cantinho ainda não repararam que já são e cada vez mais serão de todo o mundo, deveriam alertar-nos para a necessidade de os abordar de forma diferente daquela de como ainda os vemos.
Este, penso eu, seria o processo mental lógico se a lógica da política fosse a lógica comum e não a de que, como Salazar bem dizia e me não consta que se tenha alterado, “em política, o que parece é”! Daí que a mistificação seja a via, o rebuscamento de argumentos seja o modo e degradação das condições de vida seja a consequência.
É visível a desorientação com que se olha para o que está a acontecer, é ridícula a maioria dos comentários que por aí se ouvem e quase apetece perguntar como é que tanto sábio não consegue encontrar uma solução, parcial que seja. Em vez disso, porém, os problemas tendem a agravar-se e qualquer crise política que acontecesse tornaria ainda piores.
Na circunstância, a nomeação de Maria Luis Albuquerque para substituir Gaspar é largamente aproveitada por muita gente que até lhe chama a “miss swap”, por causa de uns negócios tóxicos feitos por gestores púbicos no governo do Governo Sócrates que, tal como as consequências dos erros que nos conduziram à austeridade que pretendem transferir para o actual governo. E mais uma vez se toma a nuvem por Juno, se dispersa a atenção esquecendo o essencial e privilegiando o acessório…
Como poderemos, deste modo, melhorar?

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