Poderá haver quem julgue
que os problemas se resolvem mudando as pessoas que lidam com eles. E até se
resolvem, por vezes, se quem vier depois souber melhor como o fazer. Ou não se
resolvem, com certeza, se quem tiver de os cuidar não conhecer a sua verdadeira
natureza, condição necessária para poder encontrar a solução. De facto, quem
pode curar um mal que nem conhece?
O mesmo se pode dizer
quando se pensa que melhor os problemas se poderiam resolver se, em vez de um
ministro apenas se mudasse de governo! E as mesmas considerações podem ser
feitas, porventura até mais simples se, tal como o actual governo, os “candidatos”
a constituir o novo também não conseguem identificar as razões da “crise” que
se vive. Decerto por isso nem sequer conseguem apresentar alternativas que
valham a pena considerar. E o resultado não poderia ser outro que não aquele a
que, na gíria, se diz ser passar de “cavalo” a burro”.
Os problemas que afectam
Portugal, os quais os políticos cá do cantinho ainda não repararam que já são e
cada vez mais serão de todo o mundo, deveriam alertar-nos para a necessidade de
os abordar de forma diferente daquela de como ainda os vemos.
Este, penso eu, seria o
processo mental lógico se a lógica da política fosse a lógica comum e não a de que,
como Salazar bem dizia e me não consta que se tenha alterado, “em política, o
que parece é”! Daí que a mistificação seja a via, o rebuscamento de argumentos
seja o modo e degradação das condições de vida seja a consequência.
É visível a desorientação
com que se olha para o que está a acontecer, é ridícula a maioria dos
comentários que por aí se ouvem e quase apetece perguntar como é que tanto
sábio não consegue encontrar uma solução, parcial que seja. Em vez disso,
porém, os problemas tendem a agravar-se e qualquer crise política que
acontecesse tornaria ainda piores.
Na circunstância, a nomeação
de Maria Luis Albuquerque para substituir Gaspar é largamente aproveitada por
muita gente que até lhe chama a “miss swap”, por causa de uns negócios tóxicos
feitos por gestores púbicos no governo do Governo Sócrates que, tal como as
consequências dos erros que nos conduziram à austeridade que pretendem
transferir para o actual governo. E mais uma vez se toma a nuvem por Juno, se
dispersa a atenção esquecendo o essencial e privilegiando o acessório…
Como poderemos, deste
modo, melhorar?
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