Quando
esta “nova economia” se instalou, logo os problemas graves de
degradação ambiental começaram.
Era
por demais evidente como os resíduos das indústrias que cresciam a
olhos vistos conspurcavam tudo por toda a parte. Nos rios, onde eram
lançados os esgotos sem qualquer tratamento e nos campos, onde se
empilhavam, ao ar livre, os resíduos sólidos, a poluição tomava
proporções excessivas que, ao fim de algum tempo, deu lugar a
reclamações que foram crescendo.
Os
maiores centros urbano-industriais cresceram, alguns alcançando
proporções gigantescas, como era o caso de Londres e de outras
cidades na Grâ-Bretanha, onde a “revolução industrial” teve o
seu início.
Em
Londres, o maior agregado populacional do mundo já com muitos
milhões de habitante, os problemas sanitários, visíveis nas ruas
da cidade transformadas em autênticas cloacas, constituiam enorme
risco para a saúde dos seus habitantes. As águas do Rio Tamisa
rapidamente expulsaram os peixes que nelas viviam porque se tornaram
quase opacas e sem oxigénio, enquanto as chaminés lançavam na atmosfera
os abundantes fumos que os processos industriais produziam, sobretudo
resultantes da queima intensiva de carvão.
Misturados
com a humidade atmosférica, muito elevada em certas épocas do ano,
os fumos geraram um fenómeno novo, o “smog” (contracção de
SMoke e fOG), uma mistura de fumo e nevoeiro que causava gravíssimos
problemas respiratórios e, por isso, afastava os forasteiros da
cidade. Ainda me lembro do incómodo que causava e de como era desagradável de respirar.
Tão
grave se tornou a situação que o lema “poluição ou miséria”
de que os políticos fizeram a bandeira do crecimento económico, não
conseguiu continuar a ser a alternativa que sustentava o “progresso”,
porque era um atentado grosseiro e desumano à vida dos habitantes da
cidade!
Tenho
a certeza de que pouca gente já saberá deste problema que obrigou o
governo inglês a tomar medidas muito severas para reverter a
situação e hoje nem sequer já existem por lá as índústrias que o
“mundo desenvolvido” foi exportando para países do Terceiro
Mundo que, em troca do “progresso” que lhe traziam, as aceitavam,
agradecidos.
Era
uma forma de resolver problemas a sua transferência para outros
lados, como continua a ser com os chamados resíduos perigosos e com
profundas degradações ambientais que transformam extensas áreas,
outrora calmas e belas, em verdadeiros infernos, como a exploração
de petróleo fez na Nigéria, como o abate intensivo de árvores faz às florestas húmidas e a subida da temperatura faz em tantos lugares da terra!
Foram
os governos adoptando alguns procedimentos que disfarçavam, como podiam, estas situações, iludindo os
povos mas não lhes poupando a saúde, sobretudo por acção de
movimentos ecologistas cuja força foi crescendo ao ponto de se
tornarem “forças políticas” que acabaram por se infiltrar nos
parlamentos.
Eram
“os verdes”, para quem a desfesa do ambiente era sagrada.
Mas, acomodados,
uns quase já despareceram e outros mantêem-se quais lapas agarradas a
outras forças que deles se servem, tornando-se partidos parasitas e
sem um programa de luta contra as agressões ambientais que, pelos
vistos, passaram a ignorar.
Mas
a degradação ambiental foi tomando aspectos cada vez mais originais
e sofisticados, dela resultando problemas novos que ningúem parece
valorozar ou talvez ignorem apenas porque são causados por uma
economia defendida ao transe, mesmo sabendo-se que está a matar o
ambiente e a criar sérios problemas de saúde.
E
o falso dilema que “os verdes” deveriam denunciar e fazer a base da sua luta pelo futuro da Humanidade, ameaçada por problemas ambientais que terão
mudado um pouco de aspecto, mas se continuam em formas mais discretas
mas igualmente ou, mesmo até, cada vez mais perigosas, continua.
No
governo remodelado de Passos Coelho há, agora, um Ministro do
Ambiente, do Ordenamento do Território e da Energia.
Se
a ideia era acabar com os ingeríveis super ministérios, que
haveremos de dizer deste que abarca três domínios da maior
importância, cada qual um mundo em que por ordem e tomar decisões muito sérias é indispensável
para um futuro melhor?
E "os Verdes", lá continuam na AR como bengala do PCP, sem que sejam capazes de enfrentar um problema demasiadamente sério para tratar em discursos esganiçados ou desdenhar com sorrisos cínicos.
E "os Verdes", lá continuam na AR como bengala do PCP, sem que sejam capazes de enfrentar um problema demasiadamente sério para tratar em discursos esganiçados ou desdenhar com sorrisos cínicos.
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