ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 19 de julho de 2013

COISAS DO ARCO DA VELHA

Não há como a “hora da verdade” para se saber o que as pessoas valem.
E a hora da verdade chegou, aquela em que o que for feito é decisivo e, porventura, sem retorno, porque os excessos de meios para encobrir os erros com novos erros, simplesmente acabou.
A liberdade do Homem para as escolhas que entender fazer vai-se tornando no drama de apenas poder fazer o que a realidade lhe consentir. É disto que se esquecem os que atribuem a uma democracia inculta e inadaptada à realidade do tempo presente, a capacidade de sempre encontrar soluções. Encontra-las-á, dizem, na multiplicidade de partidos políticos que gera, cada um com o seu modo de fazer as coisas.
Não é isso que diz a História recente porque, seja o partido qual for, defenda as ideias que defender, sempre o modo de governar parece o mesmo porque neste mundo onde os regimes acabaram por ter só um rosto, o capitalismo desumano, não há outros modos de fazer e, nestes tempos de carência, não se nota a diferença entre a austeridade de direita ou de esquerda.
Se olharmos para o que se passa entre nós nesta hora de quase desespero que vivemos, não se entendem os partidos entre si, não se entendem os partidos dentro de si e, contas feitas, restam unidos os que propõem políticas que noutros tempos, noutras paragens e em outra dimensão sofreram as  consequências desastrosas da política que defendem.
Por isso, estes partidos não pertencem ao que agora se usa chamar o “arco da governação” dentro do qual se passam estas coisas do “arco da velha” às quais quase incrédulos assistimos.
Ninguém se entende com ninguém, todos se vão desdizendo nas certezas que irrevogavelmente afirmaram e apenas alguém que me não pareceu ter qualidades de liderança, Passos Coelho, se mantém firme nas crenças que defende, algo que, quanto a mim, até não pode deixar de ser feito, chamam-lhe empobrecimento ou adaptação à realidade que, não me restam dúvidas, poderá ser feita em paz ou na maior confusão que a ninguém aproveitará.
Não faço ideia do que resultará desta iniciativa presidencial que, embora tendo em si sinais de percepção da realidade incontornável, a de que todos nos encontrarmos num barco em risco de naufragar se não remarmos, em conjunto, para o mesmo lado, parece não ter acautelado a força necessária para o comandar.
Se, em vez de contas para salvar Portugal, os partidos fizerem contas para não perder a face ou para se apoderarem do poder, mal estaremos todos, com o espectro de um novo “orgulhosamente sós” que os que mais antes o combateram, parecem agora desejar. 
Ou pode sair qualquer coisa parecida com uma manta de retalhos...

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