Não há como a “hora da verdade” para
se saber o que as pessoas valem.
E a hora da verdade chegou, aquela
em que o que for feito é decisivo e, porventura, sem retorno, porque os
excessos de meios para encobrir os erros com novos erros, simplesmente acabou.
A liberdade do Homem para as
escolhas que entender fazer vai-se tornando no drama de apenas poder fazer o
que a realidade lhe consentir. É disto que se esquecem os que atribuem a uma
democracia inculta e inadaptada à realidade do tempo presente, a capacidade de
sempre encontrar soluções. Encontra-las-á, dizem, na multiplicidade de partidos
políticos que gera, cada um com o seu modo de fazer as coisas.
Não é isso que diz a História
recente porque, seja o partido qual for, defenda as ideias que defender, sempre
o modo de governar parece o mesmo porque neste mundo onde os regimes acabaram
por ter só um rosto, o capitalismo desumano, não há outros modos de fazer e,
nestes tempos de carência, não se nota a diferença entre a austeridade de
direita ou de esquerda.
Se olharmos para o que se passa
entre nós nesta hora de quase desespero que vivemos, não se entendem os
partidos entre si, não se entendem os partidos dentro de si e, contas feitas,
restam unidos os que propõem políticas que noutros tempos, noutras paragens e
em outra dimensão sofreram as consequências desastrosas da política que
defendem.
Por isso, estes partidos não
pertencem ao que agora se usa chamar o “arco da governação” dentro do qual se
passam estas coisas do “arco da velha” às quais quase incrédulos assistimos.
Ninguém se entende com ninguém,
todos se vão desdizendo nas certezas que irrevogavelmente afirmaram e apenas
alguém que me não pareceu ter qualidades de liderança, Passos Coelho, se mantém
firme nas crenças que defende, algo que, quanto a mim, até não pode deixar de
ser feito, chamam-lhe empobrecimento ou adaptação à realidade que, não me
restam dúvidas, poderá ser feita em paz ou na maior confusão que a ninguém
aproveitará.
Não faço ideia do que resultará
desta iniciativa presidencial que, embora tendo em si sinais de percepção da
realidade incontornável, a de que todos nos encontrarmos num barco em risco de
naufragar se não remarmos, em conjunto, para o mesmo lado, parece não ter
acautelado a força necessária para o comandar.
Se, em vez de contas para salvar
Portugal, os partidos fizerem contas para não perder a face ou para se
apoderarem do poder, mal estaremos todos, com o espectro de um novo “orgulhosamente
sós” que os que mais antes o combateram, parecem agora desejar.
Ou pode sair qualquer coisa parecida com uma manta de retalhos...
Ou pode sair qualquer coisa parecida com uma manta de retalhos...
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