ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 8 de julho de 2013

IR À BRUXA OU ATENDER AOS SINAIS DOS TEMPOS?


Esta é uma questão actual e premente sobre o futuro que se seguirá a este momento de austeridade e de dificuldades que vivemos, não apenas em Portugal mas cada vez mais por todo o mundo, uma questão que, necessariamente, nos deve preocupar porque se trata da nossa própria vida, da vida dos nossos filhos, dos nossos netos. É uma questão que teremos de encarar com o máximo de responsabilidade porque é muito o que está em causa.
Há quem tente ler o futuro nos astros, nos búzios, nas cartas, na palma da mão e de outras várias maneiras. Também houve quem tenha feito previsões a muito longo prazo, em profecias escritas em linguagem de percepção complicada, mais fácil de adaptar ao que já aconteceu do que útil para a previsão do que há-de acontecer.
Saber o futuro é ânsia de muita gente que recorre à leitura de sinais que, acreditam, o determinam. Mas o futuro não está escrito nos astros, não depende de como os búzios se orientam quando são lançados, de como a gota de azeite se deforma na água de um prato raso ou numa sequência de cartas ao acaso tiradas de um baralho.
O futuro tem sinais no presente, dos quais apenas os estudiosos se dão conta e conseguem interpretar porque sabem que a vida resulta de mudanças, por isso em sequências que relacionam momentos sucessivos necessariamente diferentes, por mais que tentemos que se vão sucedendo iguais, do modo que mais convém à satisfação dos nossos hábitos de consumismo que a “crise” que vivemos claramente põe em causa.
E tudo acontece regido por “leis” imutáveis que determinam as mudanças, leis que a Natureza revela nos seus múltiplos fenómenos e só a curiosidade científica consegue ir decifrando.
É a visão que falta a quem a deveria ter melhor nas suas responsabilidades de governação dos países e do mundo, mas que as ambições embotaram, as pressões enfraqueceram e os hábitos amoleceram.
Sem reformas que actualizem estruturas e procedimentos para que se conformem com as mudanças naturais que devem acompanhar, os regimes políticos, os próprios conceitos democráticos e os princípios económicos tornam-se obsoletos, pelo que as medidas tomadas não permitem alcançar os objectivos pretendidos.
É este o drama dos que tentam fazer o tempo voltar para trás mas não conseguem, tal como é o equívoco dos que crêem poder ou, simplesmente, prometem faze-lo e, por crendice ou por ambição, lhes disputam o poder.
Se não aprendemos nada com a História e as verdades científicas não possuem o brilho bastante para iluminar a miopia dos ambiciosos que “governam” o mundo, é bom que nos preparemos para aceitar as consequências do que poderá ser mais um colapso como outros que a Humanidade já sofreu. Desta vez, porém, a nível global, afectando toda uma “civilização” que, pelos desequilíbrios causados no meio que a tem sustentado, já não consegue manter-se por muito tempo mais. A menos que sejam redefinidos os objectivos que nos propomos alcançar.
Para nosso bem, espero que o mundo acorde para a realidade antes que mais estragos façam os grandes potentados financeiros que, em boa verdade, mandam na Terra e, pela nossa ambição, nos levam a reclamar o que não podemos ter ou os falsos românticos levem a um extremo insustentável o bem conhecido mas limitado “querer é poder”!

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