Esta é uma questão actual
e premente sobre o futuro que se seguirá a este momento de austeridade e de
dificuldades que vivemos, não apenas em Portugal mas cada vez mais por todo o
mundo, uma questão que, necessariamente, nos deve preocupar porque se trata da
nossa própria vida, da vida dos nossos filhos, dos nossos netos. É uma questão
que teremos de encarar com o máximo de responsabilidade porque é muito o que
está em causa.
Há quem tente ler o futuro
nos astros, nos búzios, nas cartas, na palma da mão e de outras várias maneiras.
Também houve quem tenha feito previsões a muito longo prazo, em profecias
escritas em linguagem de percepção complicada, mais fácil de adaptar ao que já aconteceu
do que útil para a previsão do que há-de acontecer.
Saber o futuro é ânsia de
muita gente que recorre à leitura de sinais que, acreditam, o determinam. Mas o
futuro não está escrito nos astros, não depende de como os búzios se orientam
quando são lançados, de como a gota de azeite se deforma na água de um prato
raso ou numa sequência de cartas ao acaso tiradas de um baralho.
O futuro tem sinais no
presente, dos quais apenas os estudiosos se dão conta e conseguem interpretar
porque sabem que a vida resulta de mudanças, por isso em sequências que
relacionam momentos sucessivos necessariamente diferentes, por mais que
tentemos que se vão sucedendo iguais, do modo que mais convém à satisfação dos
nossos hábitos de consumismo que a “crise” que vivemos claramente põe em causa.
E tudo acontece regido por
“leis” imutáveis que determinam as mudanças, leis que a Natureza revela nos
seus múltiplos fenómenos e só a curiosidade científica consegue ir decifrando.
É a visão que falta a quem
a deveria ter melhor nas suas responsabilidades de governação dos países e do
mundo, mas que as ambições embotaram, as pressões enfraqueceram e os hábitos
amoleceram.
Sem reformas que
actualizem estruturas e procedimentos para que se conformem com as mudanças
naturais que devem acompanhar, os regimes políticos, os próprios conceitos
democráticos e os princípios económicos tornam-se obsoletos, pelo que as
medidas tomadas não permitem alcançar os objectivos pretendidos.
É este o drama dos que
tentam fazer o tempo voltar para trás mas não conseguem, tal como é o equívoco
dos que crêem poder ou, simplesmente, prometem faze-lo e, por crendice ou por
ambição, lhes disputam o poder.
Se não aprendemos nada com
a História e as verdades científicas não possuem o brilho bastante para iluminar
a miopia dos ambiciosos que “governam” o mundo, é bom que nos preparemos para
aceitar as consequências do que poderá ser mais um colapso como outros que a
Humanidade já sofreu. Desta vez, porém, a nível global, afectando toda uma
“civilização” que, pelos desequilíbrios causados no meio que a tem sustentado,
já não consegue manter-se por muito tempo mais. A menos que sejam redefinidos
os objectivos que nos propomos alcançar.
Para nosso bem, espero que
o mundo acorde para a realidade antes que mais estragos façam os grandes potentados
financeiros que, em boa verdade, mandam na Terra e, pela nossa ambição, nos
levam a reclamar o que não podemos ter ou os falsos românticos levem a um
extremo insustentável o bem conhecido mas limitado “querer é poder”!
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