Quando,
em tempos de por em prática o velho ditado de que “a união faz a
força”, todos podemos ver, em vez disso, actos de fragilização
que só podem tornar-nos ainda mais vulneráveis aos riscos de um fim
de ciclo de comportamentos cuja prática as condições naturais
inviabilizam cada vez mais, será o momento de procurar esclarecer as
razões destes comportamentos auto flagelantes que não são, de
todo, manifestações de inteligência.
Ainda
que a todos assista o direito constitucional de fazer o que fazem,
sejam greves, manifestações, discussões, pedidos de demissão do
governo ou de ministros, distorção de factos ou a sua apreciação
tendenciosa, não me parece que estejam a fazer o melhor para
Portugal quando, em vez do confronto são de ideias que faz avançar
o saber e encontrar soluções, se prefere a truculência verbal
ilusória a que podemos assistir na Assembleia da República e o modo
de informar e de noticiar sem cuidado ou com intenções diferentes
das da isenção política que a comunicação social deveria ter.
Se
estamos a fazer como é permitido fazer, porque a Constituição e a
Democracia o consentem, mas não bate certo, se a Constituição pode
impedir o que a dura realidade impõe que se seja feito e a
Democracia deixou de ser o garante infalível de soluções que
muitos ainda dizem que é, parece-me ser tempo de as ajustar a uma
realidade que já muito pouco tem a ver com aquela que as inspirou,
antes que sejam totalmente desacreditadas e, porventura, substituídas
por algum regime que ampute os verdadeiros direitos de pessoas livres
que desejamos ser.
Todos
sabemos como é difícil desfazer hábitos e preconceitos que um
longo tempo fortaleceu, mas será ainda mais difícil suportar as
consequências da casmurrice de não querer ver, a tempo, aquilo que,
a cada dia, se torna mais óbvio que teremos de fazer.
As
coisas acontecem a um ritmo que se não compadece com aquele que
certos interesses impõem e, assim, em vez de minorar os efeitos de
uma crise europeia que se poderia ter confinado a uma pequena
economia como a grega, num acto de solidariedade que resolvesse o seu
problema, se tornou numa epidemia que, aos poucos mas seguramente,
vai atingindo todos os países e já pouco distante estará de quem
tem marcado estes ritmos ao sabor das suas conveniências, a
Alemanha.
Também
na Europa a que chamamos União Europeia, a desunião a enfraquece
porque, tal como em Portugal, os interesses globais não conseguem
sobrepor-se aos que são de cada um, dos partidos, dos países, dos
focos de pressão a quem o presente tira a visão do futuro que,
assim, não vêem que vai ficando mais negro.
Dizem
que, depois de Setembro, mês das eleições na dominadora economia
alemã, muitas coisas poderão mudar na forma de enfrentar a situação
que se vai tornando incontrolável em toda a Europa.
Não
sei se será assim ou não, mas fica, ainda, o resto do mundo onde as
coisas também não correm de feição por via desta crise global que
a todos furou as contas!
Talvez
que a “tabuada” básica destas contas complicadas da Economia
consumista que a Natureza já não suporta, tenha de ser revista,
reinventada até, para que volte a bater certo.
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