É tão crasso o erro que
Passos Coelho e Gaspar congeminam na insistência de mais cortes generalizados nas
pensões e nas reformas, intenção que domina as reclamações que, por todo o lado
e em todos os sectores se fazem, que eu fico a pensar que se tratará de uma
manobra de diversão para afastar as críticas de outras decisões que também as
poderiam merecer.
É natural que, por uma
questão de equidade, seja feita a uniformização no modo de determinar o valor
do que se receba quando se deixa a vida profissional activa, assim como o seria
a de limitar as vulgarmente chamadas “pensões douradas” e repensar as que não
tenham por base os descontos regularmente feitos mas que provenham de privilégios,
sejam eles quais forem, pois não fará qualquer sentido que uma reserva
constituída pelos sacrifícios de uns possa servir para conceder benesses a
outros.
Passos e Gaspar sabem,
muito bem, que estão a ser os “rendimentos” dos reformados, sejam os da função
pública sejam os do privado mas, sobretudo, os de menor valor, os que estão a
evitar ainda maior dramatismo nas consequências sociais da austeridade, porque
os “grisalhos” dividem, com os seus filhos e netos, mesmo o pouco que possam
ter, realçando a importância da Família no equilíbrio social, sobretudo nestes
tempos de dificuldades maiores.
Passos e Gaspar têm tido, nos
que se propõem castigar, uns aliados preciosos que, por certo, não quererão
perder! Seriam uns milhões largos de votantes que deixariam de ter razões para
os escolher, de novo, para funções em que os desconsideraram.
Por outro lado, o CDS-PP
continua a dizer que esta é a linha que não podem deixar ultrapassar,
assumindo, publicamente, um compromisso que, se não cumprido, lhes traria
grandes dores de cabeça como partido de relativamente pouca expressão popular.
Mas esta é apenas uma
questão de muitas que terão de ser melhor equacionadas nesta tarefa de
reequilibrar as contas do país, no que, continuo a pensar, os partidos deveriam
estar mais empenhados do que ansiosos de poder.
Concordo em absoluto! Mais uma grande visão, temos muitos pontos em que pensamos de igual maneira.
ResponderEliminarNuno Nogueira