Os paraísos fiscais são um drama desta
economia em que o dinheiro se tornou o rei. Ter cada vez mais dinheiro é o
propósito da maioria de nós, melhor ainda se nada for preciso fazer para o
ter... Por isso, guardá-lo, torná-lo invisível ao pagamento dos impostos
necessários para que ao Estado seja possível realizar o que lhe compete fazer e
esta fora do alcance de cada um e, também, a outras formas de tributação, é o
grande propósito dos “tios patinhas” deste mundo. Servem para isso os paraísos
fiscais.
Todo o dinheiro neles guardado é
suprimido às economias, retirando-lhes vitalidade e obrigando os contribuintes
a repor o que os capitais desviados não pagaram.
Enquanto os líderes dos 27 países
mais desenvolvidos do mundo falharam o acordo de elaboração de uma lista de
paraísos fiscais para impor sansões contra eles e contra quem deles faz uso, a
OXFAM(*), organização não governamental, afirmou que os paraísos fiscais
escondem 14 biliões (milhões de milhões) de euros, o que significa uma perda de
receita fiscal para os governos em torno dos 120 mil milhões de euros. Destes
14 biliões, dois terços, mais de 9 biliões, provêm da União Europeia, ao que
corresponde uma evasão fiscal enorme, de mais de oitenta mil milhões de euros,
o que os dirigentes europeus não parecem muito empenhados em recuperar!
Falta a esta EU arrumar a casa que
nunca foi arrumada, criar as instituições que nunca foram criadas, definir as
políticas que nunca foram estabelecidas, enfim, falta-lhe ser uma União que
tenha ao seu alcance todos os mecanismos que fariam dela uma unidade e não a
manta de retalhos que é e não vejo que facilmente possa deixar de ser.
Quantos problemas a UE resolveria de
pudesse reaver a verbas astronómicas que os paraísos fiscais escondem?
E porque será que os 27 países mais
desenvolvidos do mundo falharam o propósito de combater os paraísos fiscais?
Poderia passar horas a tecer congeminações,
cada uma mais plausível do que outra. Mas para que?
(*) Para que conheçam uma ONG
importante pelos seus propósitos, aqui deixo transcrito o que encontrei na
Wikipedia:
A Oxfam International é uma
confederação de 13 organizações e mais de 3000 parceiros, que atua em mais de
100 países na busca de soluções para o problema da pobreza e da injustiça,
através de campanhas, programas de desenvolvimento e acções emergenciais.
Sob o nome de Oxford
Committee for Famine Relief (Comitê de Oxford de Combate à Fome),
foi fundada em Oxford,
Inglaterra,
em 1942, por um
grupo liderado pelo cónego Theodore Richard Milford (1896-1987) e constituído por
intelectuais quakers,
ativistas
sociais e acadêmicos de Oxford. Seu objectivo inicial foi o de convencer o
governo britânico a
permitir a remessa de alimentos às populações famintas da Grécia, então
ocupada pelos nazistas
e submetida ao bloqueio naval dos aliados.
Sua primeira filial internacional
foi fundada no Canadá,
em 1963. A
organização mudou seu nome para o seu endereço telegráfico,
OXFAM, em 1965.
Além do combate à fome, actualmente
a Oxfam atua nas seguintes frentes:
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