Foi chocante ver como,
depois de receberem a medalha correspondente à final da Taça de Portugal que
não conseguiram ganhar, muitos dos jogadores do Benfica ignoraram o Presidente
da República que, como é próprio do cerimonial e também por respeito, deveriam cumprimentar.
Já lá vai o tempo em que
ganhar e perder era desporto, em que os desportistas eram indivíduos com
qualidades morais elevadas. Fazia parte da sua formação o bom comportamento que
se traduzia no célebre “glória aos vencedores, honra aos vencidos”.
Eram tempos diferentes,
tempos em que não havia “faltas inteligentes” que os comentadores elogiam, nem
havia “entradas” maldosas porque tal desqualificava um desportista.
Simplesmente havia os “acidentes” que é normal acontecerem em desportos com
contacto corporal.
Mas os tempos mudaram,
sobretudo no futebol profissional que muitos interesses não desportivos dominam.
Faz parte do treino fazer
a falta oportuna, seja placar, rasteirar, empurrar, acotovelar e sei lá mais o
que, em vez da formação do espírito de luta leal que reconhece a superioridade
do adversário e a respeita.
Tal como numa orquestra, o
“treinador” de uma equipa de futebol é o “maestro” cujas orientações os
artistas devem seguir. Ele marca o ritmo, a exaltação ou a suavidade, as
mudanças de ritmo e de tom, com gestos a que todo o grupo deve estar atento
para que a interpretação resulte perfeita, tão harmoniosa quanto o vulto do
maestro que a concebeu.
E parece-me ser nesta
comparação que se pode notar a diferença quando o “treinador” em vez de comandar
vocifera, em vez de elogiar ou corrigir reprova e em vez de empenhamento inspira
agressão pela expressão da sua revolta nos gestos que faz e nos palavrões que
grita. Como pode, deste modo, resultar perfeita a interpretação e ser o “maestro”
respeitado?
Talvez esteja aqui a razão
de ser do comportamento daqueles jogadores de bola que não foram contratados
para serem atletas vencedores mas ganhadores que quando falham se revoltam e mostram,
num comportamento reprovável, o seu real valor!
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