ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 27 de maio de 2013

A PROPÓSITO DE UMA TAÇA DE PORTUGAL



Foi chocante ver como, depois de receberem a medalha correspondente à final da Taça de Portugal que não conseguiram ganhar, muitos dos jogadores do Benfica ignoraram o Presidente da República que, como é próprio do cerimonial e também por respeito, deveriam cumprimentar.
Já lá vai o tempo em que ganhar e perder era desporto, em que os desportistas eram indivíduos com qualidades morais elevadas. Fazia parte da sua formação o bom comportamento que se traduzia no célebre “glória aos vencedores, honra aos vencidos”.
Eram tempos diferentes, tempos em que não havia “faltas inteligentes” que os comentadores elogiam, nem havia “entradas” maldosas porque tal desqualificava um desportista. Simplesmente havia os “acidentes” que é normal acontecerem em desportos com contacto corporal.
Mas os tempos mudaram, sobretudo no futebol profissional que muitos interesses não desportivos dominam.
Faz parte do treino fazer a falta oportuna, seja placar, rasteirar, empurrar, acotovelar e sei lá mais o que, em vez da formação do espírito de luta leal que reconhece a superioridade do adversário e a respeita.
Tal como numa orquestra, o “treinador” de uma equipa de futebol é o “maestro” cujas orientações os artistas devem seguir. Ele marca o ritmo, a exaltação ou a suavidade, as mudanças de ritmo e de tom, com gestos a que todo o grupo deve estar atento para que a interpretação resulte perfeita, tão harmoniosa quanto o vulto do maestro que a concebeu.
E parece-me ser nesta comparação que se pode notar a diferença quando o “treinador” em vez de comandar vocifera, em vez de elogiar ou corrigir reprova e em vez de empenhamento inspira agressão pela expressão da sua revolta nos gestos que faz e nos palavrões que grita. Como pode, deste modo, resultar perfeita a interpretação e ser o “maestro” respeitado?
Talvez esteja aqui a razão de ser do comportamento daqueles jogadores de bola que não foram contratados para serem atletas vencedores mas ganhadores que quando falham se revoltam e mostram, num comportamento reprovável, o seu real valor!  

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