Os idosos estão na ordem
do dia pelos encargos que constituem numa uma sociedade que parece ter-se
esquecido do quanto lhes deve.
Desde um ministro japonês
que advoga a morte rápida dos idosos para não prejudicarem a economia e um
deputado do PSD que os apelidou de “peste grisalha”, até aos que lhes não
reconhecem o direito às pensões que recebem em contrapartida dos descontos que
fizeram, parecem ser os idosos a nova galinha dos ovos de ouro do Orçamento de
Estado cujos rendimentos foram reduzidos por menos compras de carros, menor
consumo de combustíveis, etc.
Enfim, coisas de uma
economia que, pelas dificuldades que sente, dificuldades que a si própria
criou, em vez de pensar novos caminhos e novas soluções, decide entrar pela
falta de respeito pela vida humana.
Mas acabo de ver uma
reportagem feita no Concelho de Sernancelhe onde a Câmara Municipal olha para
os seus maiores com o respeito com que todos os deveriam olhar.
Disponibilizando quase
meio milhão de euros do seu orçamento, o governo municipal ajuda, com cerca de
quatrocentos euros por pessoa, quem tenha mais de sessenta e cinco anos e rendimento
inferior a quatrocentos e oitenta e cinco euros, para que não sinta
dificuldades excessivas nos cuidados de saúde que a idade torna mais
necessários.
Para além disso, a Câmara
disponibiliza assistência médica directa às populações das diversas freguesias através
de uma unidade médica móvel, devidamente equipada.
Também, uma notícia me
informa que, em Vinhais, a Municipalidade dá apoio de proximidade às populações
das suas freguesias através de enfermeiros que, regularmente, se deslocam por
vários locais para controlar o estado de saúde dos numerosos doentes, fazendo o
controlo da tensão arterial, da glicémia, do colesterol e outros, para além de
cuidados de enfermagem.
São atitudes de humanidade
e de cuidados sociais de que o Governo Central deveria dar o exemplo. Mas não
dá.
Eu sei que todos devem
contribuir, idosos incluídos, nesta cruzada de salvamento das finanças do país.
Mas fazer dos idosos responsáveis por uma solidariedade especial, para além da
que já dão aos descendentes que a crise apanhou no seu caminho… faz-me lembrar de coisas que mais gostaria de esquecer.
Sem comentários:
Enviar um comentário