ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 29 de maio de 2013

“ESTAMOS SEM DINHEIRO? TEMOS DE PENSAR MAIS” … E NÓS QUE FAZEMOS? BRIGAMOS!

Depois de todo este tempo em que se fizeram vaticínios que nunca aconteceram, depois de um tempo longo demais que levou as coisas de mal a pior, depois de promessas incumpridas, de previsões que nunca se revelaram certas, das culpas deste e daquele para que esta desgraça tenha acontecido, o regresso à origens dá, agora, a Gaspar, o argumento final: “O Governo português negociou mal, numa situação extremamente fragilizada”.
Atrasou-se Gaspar numa avaliação que deveria ter sido a sua primeira, aquela em que deveria ter baseado toda a sua acção como ministro das finanças de um país debilitado! 
Parece-me tarde demais para falar de um acordo que muitos louvaram. Gaspar descobre esta verdade quando todos os leigos, como eu, já deram conta de que caímos no fosso de onde apenas uma solidariedade autêntica, mas que já poucos esperam, nos poderá tirar.
Mas como esperar solidariedade se a não houve quando foi negociado o acordo? Como apenas tão tarde disso se tem a noção?
E apenas uma questão me parece ser de levantar: a quem passou despercebida a excessiva austeridade e os seus nefastos efeitos a que as medidas acordadas iriam conduzir? À Troika, aos políticos portugueses ou a ambos?
Seja a resposta qual for, é terrível a conclusão a que se pode chegar. Entre más razões e estupidez, todas as hipóteses se alinham como possíveis, o que pouco respeito pode inspirar acerca de quem tenha negociado e assinado tão famigerado acordo.
Fiquei a conhecer melhor Sócrates desde que a RTP lhe concede um tempo de antena para explicar não sei o quê e no qual, tanto pelos temas que aborda como pela arcaica estrutura das deduções que faz e das explicações que dá, me mostra não possuir a capacidade mínima para governar um país. Não admiram, pois, as consequências da sua governação.
O mesmo poderei dizer de um Governo que tarde descobre os pecados mortais de um acordo que não soube ou não teve a coragem de denunciar a tempo. A sua capacidade para governar não é, de todo, uma virtude digna de encómios.
Finalmente, de um acordo de cujas consequências ninguém parece ter-se apercebido para nele propor, a tempo, as necessárias correcções, só restam as queixas que, nesta altura, de pouco ou nada valem, a não ser para se tornarem nas razões dos que sempre contra elas se insurgiram, não porque façam qualquer ideia de como fazer melhor, mas pelo confronto que, entre ideologias ocas, sempre acaba por acontecer, numa prova mais do que evidente de ser a conquista do poder o objectivo único de oportunistas que se dizem políticos.

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