ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 31 de maio de 2013

“LIBERTAR PORTUGAL DA AUSTERIDADE”

Teve lugar na Aula Magna da Universidade de Lisboa uma iniciativa de “Esquerda” na qual diversos conferencistas usaram da palavra, numa bem orquestrada iniciativa para levar ao derrube de um governo que, mesmo sem ser bom mas perante o que dizem os que se lhe opõem, não vejo por qual outro melhor seria substituído!
Se estivessemos no século XVII eu diria, pelo entusiasmo daquela gente, que iriam, de seguida, defenestrar Passos Coelho e mandar Cavaco Silva para o exílio. No mínimo! Assim o fizeram a Miguel de Vasconcelos e a uma tal Duquesa de Mântua.
Não pertenço ao grupo dos que são convidados para estes eventos. Felizmente! Nem sou do tipo de falar de coisas sem antes esclarecer o que elas são.
Falaram de “austeridade” sem dizer o que ela seja ou do que é que resulta. Tampouco disseram como se acaba com ela, a não ser derrubando o governo. E tudo me faz crer que esta da qual estes ilustres falam não é mais do que a perda de regalias e de benesses que os afecta também e gostariam de restaurar, mas que um dia, inevitavelmente, haveria de acontecer.
Não falaram naquela que milhares de milhões de seres humanos sofrem, imposta pelas mais diversas circunstâncias que a muitos matam de fome e de sede, enquanto nas “economias evoluídas”, como aquela que reclamam, se limitam produções, se desperdiçam  alimentos que, para aqueles, seriam uma benção do Céu e para as suas terras se exportam os lixos mais perigosos que o nosso "desenvolvimento" produz!
Mas austeridade não é mais do que o modo de viver que diversas circunstâncias nos impõem, como a limiração natural dos recursos e as consequências do seu uso imoderado que afectam o Ambiente indispensável à vida. Uma austeridade que não será mais do que o uso moderado e racional daquilo que a Natureza nos dá.
Por tudo isto, a austeridade apenas pode ser mitigada com inteligência e com solidariedade, com o reconhecimento de uma realidade que não somos capazes de continuar a iludir na senda de um falso progresso que nos conduziu à “crise final” de um modo de viver que já nem faz sentido. Nunca do modo como propõem.
Querem libertar Portugal da austeridade que, aos poucos mas cada vez mais depressa se estende a toda a Europa e a todo o mundo se estenderá também! É apenas uma questão de pouco tempo.
O que conseguirão com as suas arengas demagógicas de uma democracia bacoca, compreensivelmente apoiada por aqueles que dos seus erros de gestão são as maiores vítimas, é que uma grande confusão se instale e, definitivamente, nos arruine depois de mais um curto faz-de-conta de que somos ricos.
É disso, por certo, que Soares será lembrado como o instigador de revoltas como apenas o pode ser o seu discurso em que pede ao Presidente da República para demitir o Governo porque, ao manter o apoio a um Governo que “já não é legítimo” (!), “será responsável pela perda de paciência e pacifismo dos portugueses e por que o povo se torne mais violento.
Inacreditável!

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