ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

RAZÕES DE UNS E DE OUTROS



Continua a maioria de nós refém das truculências verbais às quais, se fosse tolo, simplesmente juntaria os meus protestos de “espoliado” por um governo que, como acabo de escutar em inflamados discursos, Ana Avoila (?) e o PS dizem que impõe sem negociar. Até será muitas vezes assim. Mas esquecem aqueles críticos que muitas das regras democráticas, porventura as que os tornaram actores influentes na situação de carência criada, foram alteradas e uma parte da soberania alienada em consequência da aceitação de condições de assistência financeira que o governo socialista pediu depois da situação de bancarrota que criou.
Não me satisfazem, obviamente, estas condições de submissão a vontades alheias, às quais o nosso mal-estar pouco incomoda. Mas a necessidade de nos vermos livres de tal suplício, leva-me a ter de aceitar a contribuição que me pedem para o pagamento das dívidas que acumulámos, apenas pondo a condição de que se integre num conjunto de contribuições globais equitativas.
Que se anulem privilégios e se acabem com desigualdades que uns, de “conquista” em “conquista”, conseguiram e outros, de abuso em abuso, a si próprios concederam, só poderá contribuir para uma sociedade mais democrática ao contrário do que digam os que por tais anulações se sentem agredidos. Mas é este o papel dos dirigentes sindicalistas aos quais se não pede que sejam democratas, mas sim que sejam hábeis no aproveitamento das oportunidades que a democracia consinta. Apenas lamento os maus efeitos que, muitas vezes, tais atitudes possam ter, sobretudo quando se “conquista” para além do razoável.
Já para os partidos políticos da oposição as motivações são outras que colocam a tónica na conquista do poder. Por isso deturpam, amputam declarações e interpretam como lhes convém o que aconteça ou outros digam, tendo como único propósito construir outro discurso enganador que até a mim conquistaria… se fosse tolo!
Não considero que o governo que temos seja o melhor para lidar com a situação que vivemos que poderia gerir com menos insensibilidade, mas mais me queixo da Oposição que, com mágoa o digo, não demonstra a mínima competência nem seriedade intelectual para que possa ser a alternativa que, nestas condições, o país precisaria.

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