ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 24 de maio de 2013

QUE FORÇA HÁ NAS LEIS?



Apenas conheço um tipo de leis que não podem ser alteradas, as da Natureza! Todas as demais mudam ou deveriam mudar consoante as circunstâncias o justifiquem, sem o que se desactualizarão e se tornarão inconvenientes ou impossíveis de cumprir.
Não haverá nada pior do que uma lei desajustada que a realidade não permite cumprir, porque será uma lei que o não é.
Eu creio ser esta uma ocasião em que a desactualização de muitas leis se torna um problema difícil de ultrapassar porque nos coloca entre uma lei que, em Estado de Direito, é para cumprir e uma realidade que não consente que seja cumprida.
Uma das questões mais relevantes dos últimos tempos tem sido a constitucionalidade de algumas das medidas orçamentais que nos são impostas, pela Troika ou pelas circunstâncias, para que saiamos da “crise” que, afinal, não era nem é apenas nossa!
Por mais reservadas que sejam certas reuniões, como a recente do Conselho de Estado, sempre acaba por ser conhecido tudo o que nelas se passa. Ninguém o diz, mas todos o sabem.
É assim que se sabe do confronto entre o Primeiro-Ministro e o Presidente do Tribunal Constitucional em que este defende a primazia da Constituição sobre as necessidades orçamentais, apesar de tudo.
É aqui que deveríamos prestar atenção à realidade para tomarmos consciência da qualidade das leis que nos regem, dos objectivos que, por elas, possamos alcançar, em vez de as tomar como a origem das coisas que nada pode alterar.
E da Constituição nada mais me parece inalterável do que o respeito pela dignidade humana em que se baseiam os nossos verdadeiros direitos e o que manda que se distribuam com equidade os contributos de cada um para o bem comum.
De resto, se tudo o que diz a Constituição fosse como o são as leis naturais, por certo todos seríamos felizes, ninguém poderia dizer que não tem satisfeitas as suas necessidades essenciais, que não é justo tudo o que acontece.
Mas as leis são o que são e nada mais!

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