Há diversas linguagens, a
comum e as que diversas “sabedorias” utilizam, adaptadas às suas necessidades
singulares e ao rigor de expressão de que necessitam. Utilizam estas linguagens
termos especiais mas jamais mudam o sentido às que pertençam, também, à
linguagem comum, Obviamente!
Mas aparece, muitas vezes,
a pretensão de uma outra linguagem, a linguagem política que, sem ser comum ou
ditada por um qualquer saber especial, é diferente de todas as outras porque,
sem palavras específicas, dá às palavras normais o significado que, a cada momento,
mais convém. Torna-se, deste modo, uma linguagem codificada e, por isso,
inacessível aos comuns mortais para os quais, supostamente, os políticos
trabalham.
É, por certo, o modo de
dizer sem dizer, de falar sem falar, de tornar intemporal ou inexistente o quer que seja que se
possa dizer o que, se junto a atitudes das quais se não pode ter o entendimento
comum, fazem da linguagem política um complexo conjunto de palavras, de sons,
de atitudes e de sinais que não está ao alcance de qualquer um decifrar.
Por certo, num exagero de
linguagem que, nas suas crónicas, por vezes utiliza e torna característico o
seu modo de falar, Miguel Sousa Tavares chama “palhaço” à pessoa que é o
Presidente da República. Não disse mais do que tenho ouvido outras
personalidades dizer e, nem sequer, chega aos calcanhares dos despropósitos que
se dizem em milhares de manifestações que, dia a dia, tornam mais suja esta
política cada vez mais desqualificada.
Não posso deixar de
reconhecer que tem o Presidente o dever de esclarecer o que se passou, de não
deixar passar em claro o dislate que foi a afirmação de Miguel Sousa Tavares
que, penso, este ilustre cidadão deveria esclarecer, em vez de a considerar uma
afirmação política, juntando um público pedido de desculpas que fosse, também,
uma lição de civismo da qual tanta gente anda tão necessitada, nestes tempos em
que à má educação se chama frontalidade. E, no final, tudo acabaria em bem!
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