Depois de tanto que se
disse já, de tantas ideias e sugestões para resolver a crise do Euro e da
Europa (como se a crise estivesse apenas qui), aparece um novo partido alemão
de eurocépticos que propõe, apesar disso, que a Alemanha deve conservar o euro
mas que os países da Europa do Sul o devem abandonar.
Outros falam de um
“governo económico” da Europa, outros da centralização bancária e, outros
ainda, de um sistema de fiscalidade comum. Ainda mais coisas outros devem
propor, certamente, o que me não surpreende porque a Europa nasceu quase sem
tudo o que seria preciso para que fosse uma União Europeia.
Mas é cada vez mais nítido
um cisma Norte-Sul o que, afinal, não é, de todo, estranho, porque ele acontece
por toda a parte, em cada país e no mundo inteiro!
E não podem restar dúvidas
de que se trata de povos com características muito diferentes, profundamente
moldadas pelo clima.
Não me posso esquecer
daquele dia de Janeiro em que aterrei em Estocolmo às 15:00h, mesmo quando o
Sol se estava a esconder no horizonte! Foi uma tarde imensa em que a hora de
jantar nunca mais chegava, o frio era intenso e um ambiente cinzento não
convidava a pensamentos felizes. O dia seguinte foi de trabalho e não me lembro
de ter visto o Sol a não ser quando saí do hotel para me enfiar naquele espaço
de onde não saí o dia todo. Regressei ao ar livre depois de um dia intenso,
quando já era noite, e na manhã seguinte, dedicada a visitar a cidade, reparei
que o Sol era anémico e não tinha “forças” para se erguer no céu para além do
que aqui faz quando são 09:00h. Era bem mais amarela a cor dos cabelos dos
suecos…
A menos um “espírito
europeu” muito forte que valorize a diversidade, do que jamais me lembro de
alguma vez ter acontecido e a História não dá conta, nunca a Europa poderá
constituir uma União com um mínimo de homogeneidade que tire partido dos
valores que uns e outros tenham em vez desta partição entre diligentes e calões
que os do Norte tanto gostam de realçar.
Eu penso que é de outro
modo que estas diferenças devem ser vistas e sentidas, diferenças que serão
entre os que podem ter excelentes condições para viver uma vida natural e feliz e os
que se refugiam em outras vidas para se esquecerem da que não têm!
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