ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 11 de maio de 2013

SWAPS, PRODUTOS TÓXICOS E ESPECULAÇÃO



A ambição de ganhar muito e depressa não se satisfaz com o trabalho esforçado e competente que fazemos no dia a dia, o qual nos pode, naturalmente, proporcionar uma vida sem grandes cuidados. Mas tal nunca será bastante para juntar as grandes fortunas que, em poucos anos, fizeram “marqueses” de alguns “pés rapados” espertalhões!
É uma “arte” que faz pensar não ser todo o dinheiro do mesmo sexo, porque um se reproduz e outro não. Mas não é isso o que acontece, não passando de vis maroteiras as artimanhas utilizadas para levar o dinheiro aos incautos e, porque não, delapidar esse enorme património que do Estado que, como o povo diz, por ser de todos não é de ninguém! É, por isso, um património que se presta a ser lesado, até por meios que quase parecem legais. Como parecem ser os estranhos contratos SWAP subscritos por empresas públicas que, por eles, acumularam perdas potenciais de 3000 milhões de euros. É caso para perguntar que gestores nomeiam os nossos governos? Serão, por isso, os “gestores” de ocasião os únicos culpados?
E multiplicam-se os expedientes enganadores, seja através da banca, seja em iniciativas privadas, como há sezenas de anos vi acontecer entre nós com a “instituição” Dª Branca que, como não poderia deixar de ser, acabou por ruir quando o pequeno circuito que conseguiu montar se fechou. Replicou-o Madoff à escala mundial, fazendo de uns poucos ricos e de muitos vagabundos, num escândalo que lhe valeu uma pena de 150 anos de prisão!
É óbvio que, depressa, nos bancos onde procurávamos o conforto de uns depositositos a prazo para rentabilizar um pouco mais as poupanças que fazíamos, passámos a encontrar umas “aplicações” ou uns “produtos”, autênticos manás que podiam fazer-nos ricos, pelos quais até o mais desapegado dos bens materiais não podia deixar de sentir alguma atracção.
Pulularam as aplicações que respondiam à medida do risco que cada um se dispunha a correr, à “fé” que cada um depositava na sua estrelinha da sorte, à “segurança” que cada um desejava para o seu negócio e por aí fora, as quais foram sugando o “sangue” de pequenos mas muito numerosos investidores e o acumularam nos grandes depósitos de capitais que se tornaram os “investidores institucionais” que passaram a dominar o mercado que passou a reagir em função dos seus interesses, intensificando a transfusão diabólica que tanta gente desgraçou.
O célebre caso BPN, por exemplo, que nos escandaliza e mais endureceu a austeridade que nos penaliza, mas do qual parece difícil punir os culpados que mantêm os seus negócios de milhões, é uma pequena mostra do que se passa no mundo e desenvolve os “esquemas” mais fantásticos para substituir o trabalho físico, o que mantém o mundo produtivo, por um trabalho de imaginação de como usurpar a outros os seus poucos trocos que, rapidamente, encherão o seu incomensurável saco.
O pior é que muita gente se foi habitando às facilidades dos artifícios das aplicações financeiras e dos empréstimos “em conta” que fazem correr milhões e lhe dá uma sensação de riqueza que não existe! Como vão, agora, voltar a uma realidade de sacrifício e trabalho da qual se julgaram libertados?
Enfim, não vai ser fácil deixar para trás este hábito de viver de expedientes para voltar a trabalhar…

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