ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

CRESCIMENTO OU SOBREVIVÊNCIA?

Começo a ver as notícias de hoje e salta-me à vista a de que o Governo vai fazer, na despesa social, o maior corte de sempre! Nada que não esperasse da parte de quem me parece não fazer ideia do que seja uma sociedade humana.
Mas não quero com isto dizer que as oposições ao governo o saibam melhor porque, afinal, não diferem nos princípios mas, apenas, no modo como se propõem fazer as coisas.
Se todos aprenderam pela mesma cartilha que ensina o que é a economia, na qual apenas os valores financeiros são considerados, não podiam diferir mais do que o que é próprio entre pessoas que tenham a mesma formação de base. E, por isso, as soluções passam, sempre, pelos mesmos maquiavélicos processos de tirar a este para dar àquele, sem sairem do âmbito dos mesmos equívocos que são julgar que a abastança é possível.
É natural que, no mundo inteiro, não haja país que não queira que a sua economia cresça, crescendo o consumo interno e as exportações. Se é esse o caminho, todos quererão trilhá-lho! Mas é um caminho que vai dar, inevitavelmente, ao beco sem saída que é todos quererem sempre mais do pouco que existe, em quantidades que não dão para todos.
Houve, em tempos, quem se preocupasse em procurar saber a “capacidade de suporte do planeta”, isto é, que população máxima poderia ter uma vida minimamente digna com a utilização optimizada dos recursos existentes. Aliás, à semelhança do que qualquer pessoa avisada faria para fazer, por exemplo,o seu plano de férias, verificando, primeiro, até onde as suas disponibilidades o pudessem levar. Isto é o contrário do que os hábitos de uma sociedade leviana levam a fazer: primeiro marcam as férias, depois arranjam um crédito para as pagar e... depois logo se vê!
Apesar de tudo, mesmo com as contenções que as circunstâncias já nos obrigam a fazer, ainda não saímos da fase do logo se verá, porque continuamos a traçar os nossos planos com base no crescimento em vez do planeamento com base naquilo de que dispomos. Insistimos em crer que seja infinito o que é mais escasso do que imaginamos!
Teremos essa noção quando sentirmos que, depois dos “cortes” nas despesas sociais que são o “entrave da economia”, não haverá como não fazer mais ainda, até que aprendamos que se não trata já de crescimento mas de sobrevivência.


Sem comentários:

Enviar um comentário